O comércio brasileiro enfrentou uma ligeira retração de 0,1% em maio, de acordo com o Índice do Varejo Stone (IVS). Em comparação com o ano anterior, a queda foi de 0,5%. Apesar desse recuo, os dados de maio sugerem uma possível estabilização no cenário econômico nacional.
Matheus Calvelli, cientista de dados e pesquisador da Stone, avalia que a desaceleração econômica pode estar perto do fim, impulsionada por sinais positivos do mercado de trabalho, como a queda na taxa de desemprego e a geração de vagas formais acima das expectativas.
"Esses fatores mostram que, embora existam indícios de melhora, ainda é cedo para afirmar uma mudança estrutural no ritmo da economia", diz Calvelli.
Apesar dos sinais de melhora, Calvelli aponta que o comprometimento da renda das famílias permanece alto e a inflação, embora tenha apresentado recuo no último mês, ainda se mantém em um patamar elevado. Esses fatores combinados indicam que a recuperação pode ser gradual e sujeita a desafios.
Os canais digitais continuam a enfrentar dificuldades. Em maio, o comércio eletrônico registrou uma queda de 3,1%, enquanto o varejo físico apresentou um crescimento de 0,5%. No acumulado dos últimos 12 meses, o cenário permanece semelhante, com o digital recuando 0,8% e o físico avançando 0,4%.
Entre os setores do varejo, cinco registraram alta no mês de maio. Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo lideraram com um crescimento de 1,5%. Em seguida, destacaram-se os segmentos de móveis e eletrodomésticos (0,7%), artigos farmacêuticos (0,6%), tecidos, vestuário e calçados (0,6%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (0,5%).
No comparativo anual, os setores de livros, jornais, revistas e papelaria (+3,7%) e tecidos, vestuário e calçados (+3,2%) apresentaram os maiores crescimentos. Por outro lado, os setores de móveis e eletrodomésticos (-1,8%) e hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,1%) registraram retração.
Regionalmente, 18 unidades da federação apresentaram alta no comparativo anual, com destaque para Amapá (+6,9%), Acre (+6,3%) e Sergipe (+5,8%). São Paulo e Minas Gerais registraram alta de 1,1%, enquanto o Paraná teve crescimento de 1%.
Entre os estados com queda, Mato Grosso do Sul apresentou o pior desempenho, com um recuo de 3,8%. Rio Grande do Sul (-3,2%), Distrito Federal (-2,7%) e Rio de Janeiro (-1,7%) também registraram retrações significativas.
Enquanto Lula foca em aumentar gastos públicos, a iniciativa privada patina. Será que o governo petista vai conseguir reverter essa situação?
*Reportagem produzida com auxílio de IA